Na passada sexta-feira, dia 14 de outubro, no âmbito da disciplina de Português e no seguimento das comemorações do centenário do nascimento de José Saramago, realizou-se, na Escola Secundária de Montemor-o-Novo, uma sessão que reuniu todos os alunos do 12º ano com Violante dos Reis Saramago Matos, filha do autor.
Desde a sua infância na Azinhaga, à sua vida de serralheiro civil, passando pela sua decisão de se tornar escritor em 1976, aos 54 anos, acabando com o seu prémio Nobel e os seus últimos anos de vida em Lanzarote, estes foram alguns dos tópicos da exposição da filha do escritor português vencedor do Prémio Nobel da Literatura. Usando um ponto de vista de enorme proximidade, que conferia ao discurso de Violante um tom realístico que não seria capaz de persuadir os ouvintes, se não viesse de alguém que conviveu tão intimamente com o homem em questão.
As expectativas da maioria dos alunos não foram ao encontro do decorrer do evento, uma vez que, tendo em conta que a atividade vinha de acordo com o programa de 12º (onde se espera abordar uma das obras de Saramago, “Memorial do Convento”) estes esperavam uma apresentação mais incidente nas obras publicadas pelo autor. No entanto, os estudantes, assim como os professores presentes, ficaram deveras impressionados e comovidos pelas histórias de vida de José Saramago que foram partilhadas, por exemplo, o seu discurso aquando do jantar dos Nobel em Estocolmo, em 1998.
“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.” foi o que Saramago escreveu numa das suas mais emblemáticas obras, “Ensaio sobre a Cegueira”. E foi precisamente isso que os alunos do 12º fizeram: olharam em frente para verem Violante dos Reis Saramago Matos, filha de um dos mais simbólicos escritores da literatura portuguesa, em pessoa e repararam nas palavras que esta proferiu para lhes contar mais sobre quem foi o seu pai, José Saramago.
Foi, segundo os espectadores, uma atividade bastante elucidativa que permitiu ter um melhor vislumbre de Saramago, não unicamente como escritor, mas também do homem que estava por detrás das linhas do texto, um homem verdadeiramente fascinante pela sua forma de encarar e refletir sobre o mundo.
Autor: João Baltazar (12º B)